quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

A LONGA ESTRADA

           


     

    É incrível a resiliência que temos para nos levantar após cada golpe que o passado e pela culpa que nos foi obrigada a ser engolida ao longo dos anos.

            É incrível como se abrirmos mão da nossa pretensa perfeição, possamos ver tão claramente e permitirmo-nos a ser simples humanos, aceitando-nos como somos, agora, neste momento, sem ter de dar nome ou forma aos pensamentos castradores que ouvimos a cada minuto.

            É incrível como um grupo de pessoas que caminha numa estrada consegue reaver uma outra que se perdeu no lamaçal ao lado da mesma, todos numa corrente de mãos dadas, todos sorrindo, mesmo que as nossas lágrimas caiam, são eles que nos dão a força de secar essas lágrimas, acreditar, limpar o pó e seguir em frente, com todo o amor e sem pedir nada em troca.

            É incrível como nos podemos amar como somos, ser pacientes, perdoarmo-nos, experimentar novas experiências apesar de tudo que por muito tempo nos fizeram acreditar.

            A força reside no amor, e o amor por nós próprios é o catalisador para todo o amor que nos rodeia.

            A vida é uma viagem feita por vinte e quatro horas de cada vez, nessas vinte e quatro horas, há minutos, segundos, pequenos momentos de felicidade que por vezes não damos importância, mas são os mais importantes do dia.

            O ego prende-nos com correntes malignas, mas basta sermos um minuto por dia humildes para rebentar com essas correntes e respirarmos a serenidade e harmonia que são a nossa verdadeira natureza.

            Com gratidão por uma mão estendida, sorrimos crentes que o sorriso perante nós é puro e verdadeiro. Porque quem sorri é alguém que caminhou nos nossos sapatos, que também esfolou os joelhos, que chorou à beira da estrada. Tudo o que damos retorna a nós, que seja isso a força motriz para fazer o bem.

            O universo irá recompensar-nos se soubermos esperar e acreditarmos que tudo que tiver que ser nosso será, basta reprogramar a mente, apagar com uma borracha a pretensa insignificância da nossa existência, é altura de abrir os olhos, tudo que nos querem obrigar a fazer basta dizer não!

            E assim, com paciência para as nossas crises existenciais e aceitação de que elas apenas são reais neste momento e não nos definem, caminhemos juntos, a lama das calças irá secar e o esplendor de uma mochila sem rochas irá fazer-nos correr de braços abertos sem nenhum destino, pois já estamos onde queremos estar.

            Que assim seja!

 

Bruno Carvalho

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