quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

AMANHECER EM TI


As minhas noites passam-se entre murmúrios

E recordações fugazes de momentos incertos

Em espaço vazio, lamento o desperdiçar do tempo

À espera do terno amanhecer em ti

 

A janela aberta, a solidão entra sorrateira

Ciente do destino frágil da carne

Um desejo invisível que arde na pele

Um desejo moribundo marcado nos lençóis

 

As minhas noites fazem-se de lamentos inquietos

A Voz clamada em franco desespero

Um grito sufocado por anos de esquecimento

Preciso de despertar, de renascer em ti

 

O meu amor, a minha consolação despejada no vazio

Agarro-me à última luz de um dia que demorou a passar

Volta agora o sonho, a esperança descarnada

Amanhece em ti a miragem do meu corpo.

 

Bruno Carvalho

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