Desespero que despedaça o corpo e a alma
Descida vertiginosa ao abismo da
hora mais negra
Na espiral desenfreada do tempo
A lembrança de um desejado
esquecimento.
Na desolação de um mar de sargaço
A estranha harmonia de uma sereia
Seus cantos esquecidos nos idos de
março
Seus cabelos enlaçados na lua cheia.
E a noite se fez espanto e anseio
Consorte esquecida de tempos idos
Tempos de antanho muitas vezes
lembrados
O meu corpo e alma na laje
despojados.
Tanto no mar como na terra
Assim em baixo como em cima
Uma alma que tanto esperneia como
berra
Tanto silêncio que nem o canto
anima.
Os despedaçados despojos do corpo e
da alma
Afundados na podridão que a noite
acalma.
Bruno Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário