sábado, 15 de fevereiro de 2025

CORPO E ALMA



Desespero que despedaça o corpo e a alma

Descida vertiginosa ao abismo da hora mais negra

Na espiral desenfreada do tempo

A lembrança de um desejado esquecimento.

 

Na desolação de um mar de sargaço

A estranha harmonia de uma sereia

Seus cantos esquecidos nos idos de março

Seus cabelos enlaçados na lua cheia.

 

E a noite se fez espanto e anseio

Consorte esquecida de tempos idos

Tempos de antanho muitas vezes lembrados

O meu corpo e alma na laje despojados.

 

Tanto no mar como na terra

Assim em baixo como em cima

Uma alma que tanto esperneia como berra

Tanto silêncio que nem o canto anima.

 

Os despedaçados despojos do corpo e da alma

Afundados na podridão que a noite acalma.

 

Bruno Carvalho

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