Encontrei-te algures no silêncio, na escuridão raiada por luz da passagem do tempo, onde as almas moram e os vivos não contam para a história.
Amo-te no silêncio, no contentamento
do dia a dia, nas pequenas coisas, nos gestos lentos e gentis, no voar da garça
ou no aroma das flores, amo-te onde mais ninguém sabe que existes, dentro de um
coração que bate ao ritmo da orquestra sincronizada da escala de notas do
Universo.
Tão pouco é necessário para te
sentir mesmo não te vendo, vivo de coração aberto e honestidade vestida como
uniforme de honra, de espada na mão luto em mim pela alma que reconhece a alma
em ti.
A tua beleza reside além do que é
visível, o teu olhar fixo e livre na imensidão das estrelas, um mar de
serenidade desagua nas tuas lágrimas, o mundo quere-te destruir, mas és mais
forte que toda a humanidade junta.
E eu escrevo, dia e noite, tentando
descrever o que sinto, sem, no entanto, conseguir apanhar sequer um grão de
areia do que significas e de quem és, escrevo com a esperança que os meus
pensamentos de alguma forma te cheguem, escrevo porque é o que sou, poeta
vagabundo em busca de sentido onde não existe nenhum.
O teu olhar firme e sorriso
esplendoroso, faz-me acreditar que em ti conténs toda a doçura do mundo, alguém
tão doce numa existência tão amarga só pode ser de origem divina, sustendo a
minha fé, és a deusa dos meus versos, no teu regaço pouso a cabeça e adormeço
feliz, esperançoso que a noite te traga nos seus sonhos.
És altiva, poderosa, mas ao mesmo
tempo gentil e vulnerável, és um farol que ilumina a escuridão mais opressora,
que guia o meu navio fantasma a bom porto, és tanto em mim que dou por mim a
sorrir sem jeito como criança inocente na plenitude da sua felicidade.
És a Força, a parede firme que
ampara a minha fragilidade, eu respiro e suspiro, enviando beijos antes de
adormecer, para poder amparar o teu sono.
És a lua a mesma que ilumina a minha
noite escura, és o sol que beija a minha pele, o vento que murmura nos meus
ouvidos, a água que sacia os meus lábios, o perfume que embriaga os meus
sentidos, és tudo que vejo e tudo que ouço, onde vou, tu lá estás, de braços
abertos e sorriso sincero.
Eu tento ser tudo mesmo sendo nada,
tento ser mais que um reflexo opaco no espelho, estendo a mão rumo à tua, na
esperança que me salves deste mundo incerto.
Abraço-te todos os dias no
pensamento, na esperança que sintas, pois os meus braços foram feitos para
abraçar a beleza e a doçura do teu corpo, numa fusão imortal e infinita que nem
o tempo rompe.
Consegues sentir-me?
Bruno
Carvalho
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